CEAA - Centro de Estudos Arnaldo Araújo

Actividades

A CARTA DE COURBET

A CARTA DE COURBET

Colóquio Internacional

A CARTA DE COURBET

Porto: Auditório da ESAP, 17 de Novembro 2016

 

Organização

Centro de Estudos Arnaldo Araújo | Grupo de Arte e Estudos Críticos

 

Comissão Organizadora

Eduarda Neves, Maria Covadonga Barreiro, Nuno Faleiro Rodrigues e Sérgio Leitão

 

Programa

 

Em carta escrita a 18 de Maio e publicada no jornal La Presse, a 2O de Maio de 1853, Gustave Courbet escrevia: “(…) Sou apresentado, este ano, no livret do Salão como aluno do Sr. Auguste Hesse. Devo declarar, em nome da verdade, que nunca tive mestre. Este erro da administração resulta, sem dúvida, de um uso que se tornou corrente nos últimos anos e que é o seguinte: os pintores, sobretudo os debutantes, acreditam que é necessário o patrocínio oficial de um nome conhecido do mundo das artes para serem admitidos nas exposições e nelas se apresentarem. Esta mera formalidade tornou-se, por vezes, numa brincadeira (…). É verdade que para seguir o uso, pedi ao Sr. Hesse, na época em que comecei, o favor de me dar cobertura oficial através do seu nome. Daí o erro da administração na redacção do seu livret actual. Mas, contudo, devo afirmar que só me tenho a mim mesmo como mestre.” (T.D.Chu – Correspondance de Courbet, Paris: Flammarion, 1996, p.95)

Tendo como ponto de partida o fragmento deste texto de Gustave Courbet, pretende-se reunir um conjunto de artistas, críticos, investigadores, professores, para, colectivamente, reflectir sobre as múltiplas implicações da cumplicidade estratégica entre agentes e estruturas do mundo da arte, mercado e academia.

O tradicional isolamento desta em relação ao campo da arte, dá lugar à cumplicidade política, social e económica que se manifesta na agenda académica de bienais, trienais e feiras de arte. Territórios aparentemente diferenciados, cada vez mais obedecem à mesma lógica produtiva.

Joseph Beuys afirmava que “A Academia é o mundo” e Gustave Courbet assumia-se como mestre de si próprio. Dizia não ter escola e recusava-se a formar alunos.

Como não subordinar, hoje, as escolas de arte à produção de riqueza? Como inscrevê-las no domínio da construção de universos singulares?

Eduarda Neves